Segundona com Christophe Honoré e seus Hits

setembro 19, 2011
Só Débora Castro posta neste blog por mim abandonado, como todos os meus outros blogs e por esta razão peço desculpas (no caso de meus comentários sinceros e talvez até um pouco maldosos tenham feito falta a quem nos lê).
Acontece que: 1. Estou transformando um conto meu em roteiro (o que não é tão fácil quanto a gente pensa que é - aliás, looooonge disso);
2. Comprei uma TV LCD, um DVD e um notebook que funciona, razão pela qual a pessoa que vos fala abandonou os livros e só pensa em cinema (muito provavelmente pela adaptação do meu conto para o mundo cinematográfico) e não sai mais do sofá (a não ser para trabalhar, ir ao banheiro e tomar banho, sim, porque, é possível comer assistindo filmes e ainda é possível dormir no sofá, o que no meu caso sempre acaba acontecendo quando meus olhos contra a minha vontade se fecham);
3. Eu quero fazer o próximo post sobre o Jules et Jim do Truffaut. Explico: não faz muito tempo, ganhei aquele livro que contém o romance e o roteiro adaptado e a decupagem do filme, incluindo comentários do direitor. Então eu estou acabando o romance (para o qual ainda não tenho palavras - FANTÁSTICO) e logo mais vou ler o roteiro/decupagem. Logo depois vou assistir ao filme, provavelmente com o roteiro/decupagem ao meu lado, dando stop em cada sequência (coisa de psicopata que agora ao invés de apenas "curtir/assistir" o filme, fica analisando tudo do filme - ainda não sei se isso é bom ou ruim, mas fazer o quê!!! A pessoa que vos escreve é louca e tem inúmeros toques), o que com certeza vai me custar um bom tempo. Ou seja, meus caros, esta resenha ainda demora um pouco.

Diante disso, pra não ficar em branco, vou dar um up em algo que já postei num antigo blog meu e aproveitar para falar um pouco sobre um dos meus diretores atuais favoritos - Christophe Honoré. Eu já assisti quase tudo dele, mas como ele está sendo descoberto por estas bandas somente agora, vou dar uma pincelada nos seus hits e falar mesmo de "La belle personne", meu favorito.

*Les Chanson's D'amour é o que mais tenho escutado falar por aí e acredito que é o que tem sido de certa forma mais cultuado. Confesso que dos hits do Honoré, é o filme que eu menos gosto. Mas bem, acredito ser algo bem pessoal, uma vez que é realmente difícil que eu goste de musicais. E isso piora um pouco quando se é apaixonada, loucamente, platonicamente apaixonada pelo Louis Garrel. Sim, porque é brochante assistir o Louis Garrel cantando canções gays (não sou homofóbica pelamordedeus, mas como hetero, não me sinto atraída por gays - acho que isso é meio óbvio, né?), e cantando desafinadamente - terrivelmente, diga-se de passagem. Enfim, eu gosto do filme porque gosto do Honoré e o filme, apesar de tudo, acompanha seu estilo. E eu não gosto do filme porque é daqueles musicais onde se começa a cantar DO NADA e apesar de serem belas as canções, o Garrel é desafinado e eu não gosto do Garrel gay. De qualquer forma, é um filme lindo, quando assistido de forma imparcial. Nota 7.

*Ma Mère é, é, é... (suspiros) FANTÁSTICO. É denso, é pesado, é um tema talvez cliché, talvez tabú, enfim, incesto é sempre um pouco de tudo isso, mas acho que acontece muito mais do que a gente imagina (ainda bem que eu não imagino muito). De qualquer forma - olha, eu sou aquele tipo de pessoa que acha o fim da picada essa onda de nudez a toda hora, nudez sem sentido, nudez pra tudo, nudez DESNECESSÁRIA e por esta razão posso dizer com certa propriedade que - apesar de toda a nudez (aliás agradeço por ela, Louis Garrel por favor, viva pelado, a nação agradece), e do tema, a abordagem não é apelativa. E isso é raro. Nota 8,5.

*Dans Paris. É quase páreo para o La Belle Personne no meu gosto pessoal, apesar de ter um rumo bastante diferente, mais realista, eu diria. A história é focada basicamente no irmão mais velho do Garrel, que está deprimido após um rompimento amoroso. Diante dessa abordagem, temos outras como a do Garrel (garanhão-bem resolvido-te-quero-vem-cá-seu-LYNDO) e o pai de ambos. Não vou falar mais nada porque seria spoiler e enfim, só digo que o filme é muito bem feito e administrado, de forma que não é "entediante", nem "nonsense" como a grande maioria dos filmes franceses - que exigem sim determinados gostos que atingem não muitas pessoas - e isso para um filme francês é difícil. Aliás, esta é uma marca do Honoré, apesar de extremamente francês, ele não é apenas francês - sabe? Nota 9.

Agora vamos ao meu favorito:




Pra começo de conversa, eu faço parte da categoria: "Doente por filmes franceses e alucinada por Nouvelle Vague". Fora a paixão pela França, como se fosse o único lugar no mundo fora os 70 metros quadrados do meu apartamento que eu pudesse pertencer.
Soma-se o fato de ter uma vida influenciada pela cultura pop e considerar o Louis Garrel o homem mais charmoso do mundo. Restou alguma dúvida sobre a razão de gostar tanto do Honoré? - I don't think so.

Pra quem compartilha dos meus gostos, este filme eu recomendo MUITO. Principalmente pra quem tem um pé, uma perna ou quem sabe, o corpo inteiro no romantismo e tem uma empatia profunda com o trágico do amor e com o que chamam por aí de platônico (já que talvez essa seja uma das únicas, senão a única forma de eternizar um amor). E eu não vou dizer mais nada além de que a cena final deste filme é uma das mais belas cenas finais de filmes com a qual me deparei ao longo da minha estrada cinéfila. Minha única crítica é que (deus! O Honoré gostou da fórmula do Les Chansons D'amour e resolveu colocar uma pitada aqui) existe uma cena musical no filme TOTALMENTE fora de contexto. Mas, TOTALMENTE. Anyway, vamos ignorar este fato.

Agora momento confessionário: Uma vez, faz uns anos, vi uma garota no Blackmore - um bar de rock em São Paulo que era a encarnação das divas do Hard Rock dos anos 80, era quase uma personagem de desenho - aquele Jem and the Holograms, lembra? Bom, talvez eu seja muito idosa.
A verdade é que a garota era linda de morrer e eu não conseguia tirar os olhos dela e cheguei a fazer o seguinte comentário: -"Nessa aí eu ia"! Acho que passei a noite apaixonada pela garota, apesar de NUNCA ter tido traços homossexuais na minha personalidade.

Pois a mesma coisa aconteceu com a protagonista do filme, a "Junie", a Léa Seydoux (adoro fazer a piadinha INFAME "Léa Seduz" HAHAHAHAA - NOT.). Gente! Linda, perfeita. O que é aquilo? Que mulher é aquela? Não é deste mundo. (Recentemente ela participou do "Midnight in Paris", do Woody Allen - ah, mas ela não está mais TÃO). #Léavolteasermorenaediva

E o Garrelzinho nesta película não preciso nem comentar #FTW. Não tem a nudez do Má Mère, talvez um pouco da cafagestagem do Dans Paris, mas não uma cafagestagem qualquer, é aquele cara culto e lindo, que sabe que é foda, mas ainda assim, um pouco inseguro, romântico e humano above all. Oh God, Marry me. MORRO. Nota: 10.

(Obs. Quase ia me esquecendo - a trilha sonora. O Honoré, assim como eu, AMA o Nick Drake e a trilha do filme fica por conta do mesmo - EU CHORO!).


Volto com Jules et Jim, enquanto isso, Dekinha vai entretê-los ;)

Mwah =*

Um comentário:

Débora Castro disse...

O corpo inteiro no romantismo...

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